Esta é a terceira postagem de um total de 4 onde apresentaremos, através de um estudo de caso, algumas dicas práticas de como calcular os custos de serviços de uma empresa (fictícia) do ramo de hotelaria.
Alocando os custos às atividades
Antes
de partirmos finalmente para a alocação dos custos, relembremos duas informações
importantes:
(1) Um gasto só
pode ser reconhecido como custo quando o recurso for utilizado, ou melhor,
consumido. Um produto em estoque, por exemplo, não pode ser considerado um
custo se ele ainda não fora utilizado.
(2) Um gasto deve ser incluído na
apuração do período em que ele ocorrer, independentemente do seu pagamento.
Veja na figura 1 (abaixo) a relação dos
gastos do Hotel Qualquerum referente a dezembro/xx.
Para facilitar o entendimento, dividiremos os
recursos em dois grupos: os que podem ser controlados por estoque (alimentos,
bebidas, mat. de expediente, mat. de limpeza e uniformes) e os que não podem
ser controlados por estoque (água, energia elétrica, telefone, gás, etc.).
Rateio dos recursos controláveis por estoque
O responsável pelo almoxarifado, através de controles específicos, é encarregado de fornecer os valores (estoque contábil) relacionados ao consumo destes itens de estoque. Os produtos controláveis por estoque geralmente têm uma relação direta com os seus objetos de custos, por isso, o seu rateio já pode ser feito no momento que lhe é dada a baixa (saída) no estoque.
O almoxarife do Hotel Qualquerum apresentou o
seguinte relatório analítico do estoque (contábil) do mês de dezembro/xx
(figura 2 abaixo):
No momento do registro da saída de determinado item do estoque, já se deve informar onde será utilizado (setor e, principalmente, a atividade). Um bom controle de
requisições é fundamental para um controle de estoque eficiente.
Rateio dos recursos não controláveis por estoque
O processo de rateio dos recursos não controláveis por estoque é feito de forma indireta, e como tal, carrega certo de grau de subjetividade.
a) Rateio dos gastos com água, energia elétrica e gás - O direcionador de custo utilizado será o “consumo estimado” conforme vimos na postagem anterior, no tópico - Identificação dos direcionadores de custos.
.
b) Rateio dos gastos com telefone - O direcionador de custo utilizado será o “chamadas por ramal”. As ligações telefônicas realizadas pelos hóspedes serão alocadas como custo. O restante das ligações (escritório, recepção, etc.), portanto, será alocado como despesa. O hotel utiliza um tarifador de chamadas telefônicas e através dele é feito todo o controle de ligações. Confira o relatório resumido na fig. 4 abaixo.
c) Rateio dos gastos com mão-de-obra e prolabore - Primeiramente, precisamos fazer a separação entre custo e despesa (figura 5), e depois, o rateio dos custos com mão-de-obra às atividades (figura 6). O direcionador de custo utilizado será o “tempo” (estimado) de trabalho gasto pelo funcionário.
Importante! O critério de alocação de custos utilizado, isso para todos
os tipos de gastos (mão-de-obra, energia, telefone, etc), está relacionado ao
grau de envolvimento destes gastos com os objetos de custos definidos.
Com
os dados mostrados na figura 7 acima, já é possível fazer a alocação dos
gastos com seguro patrimonial. Para isto, basta relacionar cada “espaço” com a
sua atividade específica e fazer o rateio com base nos percentuais encontrados.
Para facilitar, eu juntei alguns “espaços” afins (ex. Restaurante/Cozinha). Confira na figura 8.
E
para finalizarmos esta etapa, segue (fig. 9) a planilha que mostra quanto de
recursos cada atividade consumiu.
Na parte 4 (e última!), veremos mais dicas de como calcular os custos em uma empresa de serviços. Aprenderemos como alocar os custos das atividades aos objetos de custos. Não deixe de acompanhar!
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